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Alergia à proteína do leite de vaca não é intolerância à lactose


Por Admin

Alergia à proteína do leite de vaca não é intolerância à lactose

Conhecida também como AA, alergia alimentar é a reação anormal de defesa do nosso organismo contra as proteínas dos alimentos.

A alimentação de uma criança seletiva para comer já não é fácil, agora imagine o tamanho das dificuldades que os pais precisam enfrentar quando isso ocorre aliado à alergia alimentar. A radialista Leda Alves e o marido Vanderlei Munhoz sentiram na pele o peso desse problema de saúde após o filho, ainda bebê, ser diagnosticado com a doença.

Leda explica que no caso de sua primeira filha, por exemplo, o diagnóstico ocorreu tardiamente devido à falta de informação sobre a doença e o despreparo dos profissionais da saúde em identificar os sintomas já que há diferença entre alergia e intolerância alimentar. Assim como alergia a proteína do leite de vaca (animal) não é intolerância à lactose.

 

Alergia Alimentar (conhecida também por AA) é a reação automática e anormal de defesa do nosso organismo contra as proteínas dos alimentos. Já a APLV é a Alergia à Proteína do Leite de Vaca.

Isso é um grande problema, uma vez que as proteínas são responsáveis pelo desenvolvimento do corpo, reconstituição muscular, produção de enzimas, hormônios, tecidos, outras proteínas presentes no sangue, além de outros benefícios.

Uma das maiores fontes de proteína é o leite de vaca, alimento muito comum na casa dos brasileiros e muito importante para o desenvolvimento físico dos bebês e das crianças. Porém tem aumentado muito a incidência de alergia a proteína do leite de vaca, e este está presente de várias formas no nosso dia a dia, já que seus derivados também são muito consumidos, como queijo, manteiga, requeijão, iogurte, creme de leite, leite condensado, entre outros.

 

“Sofremos por falta de informação. Temos grupos de apoio para famílias com alergia alimentar nas redes sociais, porém a sociedade é muito mal informada, como também uma grande parte dos profissionais da saúde tem tido dificuldades no diagnóstico. Enfim, digo que lutamos por inclusão de alérgicos nas escolas, restaurantes, eventos, enfim no convívio social, mas para que isso aconteça, precisamos mostrar que existimos para que a sociedade nos veja se informe e, assim, todos juntos promovamos inclusão!”, Leda Alves.

A questão, segundo Leda Alves, que se tornou defensora da conscientização da alergia alimentar a cerca de um ano, é que há pouca informação sobre a doença que nem sempre é detectada por exames. Por isso a necessidade de todo um trabalho voltado para a conscientização, pois só por meio da informação haverá inclusão. Já que pessoas com alergia alimentar podem se sentir excluídas do convívio familiar, escolar e social, uma vez que, não há a oferta de alimentos seguros para alérgicos e nem informação segura quanto aos ingredientes utilizados e o modo de preparo dos alimentos. Por isso, na maioria dos casos, as famílias com alergia alimentar precisam se privar de eventos, festas e convívios sociais em geral.

“Sofremos por falta de informação. Temos grupos de apoio para famílias com alergia alimentar nas redes sociais, porém a sociedade é muito mal informada, como também uma grande parte dos profissionais da saúde tem tido dificuldades no diagnóstico. Enfim, digo que lutamos por inclusão de alérgicos nas escolas, restaurantes, eventos, enfim no convívio social, mas para que isso aconteça, precisamos mostrar que existimos para que a sociedade nos veja se informe e, assim, todos juntos promovamos inclusão! #uniaoporinclusao”, Leda Alves.

APLV x Intolerância à lactose

A intolerância à lactose (açúcar do leite) ocorre pela falta da lactase, enzima responsável pela quebra e sintetização desse açúcar no organismo e com isso faz com que os intolerantes passem mal, com sintomas desde cólicas, diarreia e em casos mais raros, constipação crônica.

Pessoas intolerantes devem sempre optar por alimentos zero lactose para evitar qualquer tipo de reação do organismo.

Já a alergia a proteína do leite de vaca não tem nada a ver com a deficiência de lactase no organismo, é grave e pode trazer risco de morte.

O organismo de um APLV reconhece a proteína do leite como um corpo estranho, um invasor, desse modo o sistema imunológico reage, ataca e tenta expulsa-las.

O alérgico, muitas vezes, não precisa consumir o leite ou um derivado para ter reações, isso pode acontecer só de sentir o cheiro ou tocar nos produtos.

As reações mais comuns são problemas de pele, respiratórios, gastrointestinais.

O diagnóstico de alergia por meio de exame de sangue é outro fator de complexidade, pois é comum resultados com falsos positivos ou falsos negativos. Segundo a Drª Ariana Yang “teste de alergia não faz diagnóstico de alergia”. Por que isso acontece?

Os alérgicos se dividem entre mediados e não mediados.

Os mediados são aqueles detectados como alérgicos por exame de sangue, mas embora confirmado a doença por exames, não necessariamente, esse indivíduo desenvolveu a doença. O mesmo acontece com os não mediados aqueles com resultado negativo no teste de alergia, caso do filho de Leda, quando apesar do resultado negativo, o bebê desenvolveu a doença, contrariando o resultado.

“A alergia alimentar ainda é objeto de muitos estudos e pesquisas. São inúmeras possibilidades de causas, porém, não comprovadas ainda. Os sintomas podem variar de organismo pra organismo assim como as reações e riscos também. Os não mediados – como é o caso do meu filho –quando bebê, apresentava reações como choro desesperado, ficava todo vermelho, pele toda empolada, durante aleitamento materno “brigava com o seio”(mamava mas era nítido que sentia dores e desconfortos, se contorcendo enquanto mamava) e não dormia mais que cerca de 2 horas seguidas. Muita diarreia de cor verde escuro, cheiro forte e por vezes com sangue. Hoje em dia, quando ele tem contato com a proteína do leite (seja por ingestão acidental ou por comer algo preparado junto com alimentos que tenham leite ou derivados), apresenta sintomas tardios, geralmente dois ou três dias depois: olhos avermelhados e lacrimejantes, abaixo do olho fica vermelho e inchado, distensão abdominal, gases, diarreia por vezes com sangue, perda do apetite, tosse, pele áspera, as mãos soltam pele, e os sintomas respiratórios pioram por conta da crise de refluxo desencadeada pelo alimento tido como inimigo, daí vem sinusite e febre”, relatou Leda sobre os sintomas que observou no filho.

Os Mediados podem ser todos esses sintomas e muitos outros, como: urticária, coceira, manchas vermelhas inclusive ao redor da boca. Sensação de sufocamento e falta de ar. Edema de glote e nos casos mais graves anafilaxia que se não der tempo de chegar ao hospital para tomar adrenalina, pode ser fatal.

Vale ressaltar que o problema dos alérgicos, diferente dos intolerantes, não é a lactose, ou seja, o açúcar do leite, mas sim a proteína do leite animal, não somente da vaca. Então alérgicos não devem consumir produtos zero lactose, que não tem o açúcar, mas pode ter as proteínas na composição.

Bebês APLV 

Recém-nascidos que desenvolvem a alergia não precisam parar de amamentar pelo leite materno. Estudos já comprovaram que as proteínas rejeitadas pelo organismo não estão presentes no leite humano. A única questão é que a mãe vai precisar fazer uma dieta restrita 100% de leite de vaca e derivados, para que não corra o risco de transmitir as proteínas ao bebê.

Ao reconhecer os sintomas, a primeira opção é procurar um profissional da saúde que vai ajudar a concluir ou não o diagnóstico de alergia alimentar. Se confirmado existem os grupos de apoio aos alérgicos que podem ajudar à família conhecer melhor a doença e passar por ela de uma forma mais saudável, sem exclusão, com pessoas que vivem o mesmo drama.

Se você quer conhecer e fazer parte de um desses grupos pode procurar por @ledaalvesalimentar no Facebook ou no Instagram, onde receberá acolhimento e direcionamento para o grupo adequado.

1º Encontro de Famílias com Alergia Alimentar em Mato Grosso

“Muitas vezes quando nós mães estamos explicando a gravidade da alergia de nossos filhos, nos julgam como loucas, exageradas e frescas porque olham nossos filhos e enxergam crianças saudáveis. Na verdade realmente são, mas porque cuidamos da alimentação para que não sejam expostos ao alimento ao qual são alérgicos, pois alergia alimentar pode ser invisível, mas as reações NÃO são! Precisamos promover conscientização por um mundo mais inclusivo e isso só se faz por meio de informação!” Leda Alves.